Como criaturas, somos limitados e não conseguimos captar o ser de Deus, que para nós, encontra-se envolto em mistério. Sua realidade não é comparável à de um objeto qualquer, limitado no tempo e no espaço. A realidade de Deus só se descobre na Fé. Esta percebe circunstância e realidades que não se vêem (Hb 11:1). Portanto, tudo o que é dito na Bíblia sobre Deus deve ser entendido com um ouvir da Fé.
Pela fé o crente entende a Palavra de Deus, articulada e inteligível, que ele falou, “outrora, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas (Hb 1:1)” e que falou depois, de uma vez por todas, em Jesus Cristo.
A Palavra de Deus vem a nós através da escritura, como diz Lutero: “A Palavra encarnada só se torna salvadora como voz viva para aquele que a ouve e crê”.
“Cristo é a palavra primária de Deus, A Palavra apostólica é a “palavra da Palavra”. A Pregação é, pois, um elo absolutamente essencial na relação Deus/Pessoas. Sem a pregação não há tal relação. Em Rm 10:14 lemos: “Como poderiam invocar aquele em que não creram? E como poderiam crer naquele que não ouviram? E como poderiam ouvir sem pregador?” É preciso haver quem pregue para que as pessoas ouçam e então creiam, para depois invocar.
A pregação é fundamental na existência Cristã (Crê e invocar). Pouco mais adiante, no mesmo capítulo, Paulo descreve assim a origem e o alvo da pregação: “ a fé vem da pregação e a pregação é pela palavra de Cristo” (Rm 10:17). Sem pregação não há elo entre a Palavra, que é Cristo, e a fé. [1]
Pastor Sergio Ovidio
[1] - Kirst. N. Rudimentos da Homilética. 4º ed. Sinodal, 2004, Pág.13
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