"Não há Ceia num
ato de culto se não há partilha no altar do mundo."
(Isidoro Mazzarolo)
A
relevância da Ceia consiste exatamente na determinação de Jesus que deveria ser
celebrada sempre que estivéssemos reunidos. Um ato de memória atualizado
recorrentemente em nossas vidas. A característica do cristão é de uma pessoa
que encarnou Cristo em si e ao redor de si. Portanto, todas as vezes que celebro
a Ceia, eu saio da celebração com Cristo habitando mais em mim. Amando com o
amor de Cristo todas as questões que envolvem minha existência, desta forma,
para poder olhar, sem desânimo, aceitar, perdoar e amar as pessoas, cada dia
mais, com o amor de Cristo.
Para
nós, comer e beber significa envolver-se com mistérios divinos. Comer e beber
na celebração não é apenas uma festa ou banquete. Mas, compreender que tomar o
cálice é assumir a sua condição e responsabilidade diante de Deus. O profeta
Jeremias já havia anunciado este princípio, ao beber da taça, tomamos
consciência do nosso passado, para que diante da taça que vamos beber se
desvele o nosso caminho e destino. Assumindo nossa posição diante de Deus no
momento da ceia e não venhamos recusar, mas sim, assumir a nossa trajetória.
No
encerramento de sua missão, Jesus teve o desejo ardente de participar deste
momento com seus discípulos. Mas, é um comer e beber que foi se desenvolvendo
naturalmente durante toda sua missão. Comer e beber que rompe com protocolos e
sistemas montados pelos homens. Aproximação da mesa que o Senhor preside
destrói o preconceito e transpõe as barreiras criadas pelas estruturas covardes
do tempo de Jesus e do nosso tempo. É a mesa que Jesus se aproxima de todos. No
discurso do evangelho de João (6.22-60)
Jesus anuncia e sela a superação definitiva do maná oferecido por Ele. Para que
todos saibam que o pão de Moisés e as tradições legalistas, autoritárias,
desaparecem diante do amor e do pão da vida oferecido por Jesus. A Ceia oferecida
por Jesus é algo novo e definitivo, é um aliança com a vida. Jesus veio para
estabelecer o novo e não para remedar o antigo.
Isso exige de você uma reposta adequada agora. O vinho novo requer odres
novos (Lc 5.33-39).
Rev Sérgio Ovidio