Uma pérola
guardada pelos Filipenses - Fp. 2.5-11
Sim!
Podemos dizer que estes versículos da carta do apóstolo a amada igreja de
Filipenses é uma pérola que Paulo faz questão de incluir na sua carta. Talvez uma
tentativa de preservar esta nobre e relevante declaração de fé.
O texto
tem o zelo de mostrar as várias etapas do ministério de Cristo. Desta forma o
nomeamos de o hino cristológico. Existe nestes versículos uma jornada feita por
Jesus que o texto nos leva a perceber com muita profundidade. O “v.6” parte da
igualdade com Deus, entretanto, o “v.8” Cristo se abaixa, até a morte de cruz.
Para então, no “v.11” assumir o nome que o eleva até ser glorificado como
Senhor.
É um
texto escrito, mas dinâmico, que aponta para um movimento, é uma tentativa de
descrever a caminha de Jesus e consequentemente a caminhada que fazem seus
seguidores. Intrinsecamente, dentro deste texto está a trajetória de todos
aqueles que querem seguir a Jesus. Uma implicação contundente que nos chama a
descer para depois ser elevado.
O
texto é dividido em dois movimentos, comentarei sobre o primeiro movimento e
continuarei na próxima semana o segundo. Neste sentido, percorre-se no texto
degraus de existência de Jesus, foi homem, preso, morto e crucificado. Assim, o
“v. 6” nos diz: “subsistindo na forma de Deus, não usurpou ser igual a
Deus...”, ou seja, Cristo tinha a forma de Deus. Possuía todos os atributos.
Mas, não ficou apegado a essa igualdade com Deus. Ele assumiu sua condição
humana, contrariando o primeiro Adão que queria se tornar “Deus”, esta é a
tentação, ser conhecedor do “bem e do mal” (Gn3.5).
Neste
primeiro movimento da vida de Jesus é preciso refletir. Pode-se viver em um
paraíso e encontrar Deus todas as tardes. Mas, cuidado com a religiosidade, ela
pode te levar a presunção de se achar tão íntimo de Deus e querer se colocar no
lugar DELE! Ser tão convicto sobre como Deus procede ao ponto de somente você
está certo e ter todas as opiniões sobre Deus. Pelo simples fato que a
religiosidade te leva a acreditar que você é único(a) que sabe tudo sobre Deus.
Cuidado, isso também é uma forma de tentação! Isso não é conhecer Deus e sim
ser apegado por conceitos religiosos. Atenção, para não se tornar uma pessoa
extremamente “religiosa” e pouco cristã.
A “serpente” da religiosidade alienante tem impregnado as igrejas
evangélicas e produzido em muitas pessoas o desejo de se tornarem “deuses”.
Pelo simples fato que produziram um “deus” que esta a sua disposição para fazer
por eles tudo o que precisam. A única coisa que precisa ser feita é agradar à
“Deus”. Um “deus” que exige ser agradado o tempo todo para realizar minhas
vontades não é cristão é pagão. O que eu sei é que um “deus” que faz tudo por
você, não é pregado nos evangelhos e sim no paganismo. O que os evangelhos me
dizem é que quem ofereceu tudo para Jesus se ele o agradasse não foi Deus e sim
o adversário do projeto de Deus na tentação que Jesus superou no deserto.
Rev Sergio Ovidio, Sempre
N’Ele que não é religioso