Está
chegando a hora!
A
luz já vem e as trevas vão indo embora!
O nascimento de Jesus não é pura e simplesmente
vontade de Deus. Subjacente a vontade de Deus necessita intrinsecamente da
autorização de uma jovem. Uma jovem de origem simples. Não vive em cômodos palacianos.
Não experimenta benefícios da corte. Ela é da Judeia, Nazaré. Lugar tão
insignificante ao ponto de nunca ter sido mencionada no Antigo Testamento. Quanto
à fama e o prestígio de Nazaré o que se sabe é a desprezível pergunta do
evangelho de João: “pode vir alguma boa de Nazaré (Jo 1.46)”? Para o olhar
arrogante e ambicioso do ser humano é um péssimo lugar para se iniciar um
projeto tão audacioso. Todos os subsídios atinentes a Nazaré comprovam indiscutivelmente
sua incapacidade de êxito. Uma cidade pobre recebe a visita de um mensageiro
divino com um recado revestido de nobreza. É no silêncio desta jovem que conseguimos
dimensionar a bondade e a gratuidade de Deus em escolher uma jovem pobre de um
lugar esquecido para se tornar mãe do seu filho. É no encontro do Anjo com esta
jovem pobre, em um lugar pobre, que encontramos respaldo para os nossos comentários
sobre as diversas formas de como Deus realizar seus planos, promovendo
inquietas frustrações das expectativas humanas sobre as aparências.
Deus entra na humanidade com vontade de ser gente,
de ser criança, sem alarde, sem extravagâncias, sem arrogâncias, sem prestígios,
mas no anonimato, como que escrevendo a mais linda história da humanidade sem
colocar assinatura. Deus na sua maneira bela e extraordinária de agir vem ter um
encontro com a humanidade em um pedaço de terra desvalorizado e desprezado.
O Natal deveria ser assim! Uma denúncia ao nosso
comportamento humano ultrajante, extravagante e extremamente distante de Deus. Tornou-se
pobre de princípios por entender “ser” de “Deus” quando a beleza exterior reflete
credibilidade, quando o dinheiro determina nossas opções e quando o
reconhecimento social é o mais importante. Quando conectamos Deus às aparências
indubitavelmente negamos o Natal.
N’Ele que nasceu...
Pr Sérgio Ovidio
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