Uma pérola
guardada pelos Filipenses. Parte-II - Fp. 2.5-11
Continuo sobre
o primeiro movimento do ministério de Jesus de acordo com o texto acima. É um
deslocar-se não para o alto, como muitos “líderes” religiosos anunciam que devemos
estar. Mas, é uma ação contrária a tudo que é pregado atualmente, pois o
movimento de Jesus é para baixo, de descida, de humilhação e de simplicidade.
Mesmo possuindo todos os atributos, “não usurpou ser igual a Deus”. Não
ficou apegado a essa igualdade, assumiu sua condição humana, contrapôs o
primeiro Adão e o seu desejo de ser conhecedor do “bem e do mal”. Esta é a
primeira tentação e o pecado original de todo ser humano. “Cair” não está
relacionado ao pecado moral institucionalizado. Transponha este pensamento
superficial e busque uma interpretação mais coerente sobre o que é pecado.
Pecado original é o orgulho e a autonomia desenfreada. É abrir mão de depender
de Deus para determinar minha vida como eu desejar. O novo testamento informa
que Jesus foi homem como outro qualquer, mas sem pecado. Portanto, nunca deixou
de depender de Deus. Conduziu sua vida pelas motivações de Deus. Nas palavras
do mestre da galileia:“...minha comida e minha bebida é fazer a vontade
d’Aquele que me enviou..”, em outro momento ele declara: “Eu Sou a videira, meu
Pai é o agricultor”, poderia existir estado de vida mais belo do que esta
dependência livre e voluntária, esta subordinação só pode ser entendida ser for
motivada pelo amor. Por isso ele é sem pecado! Porque nunca usurpou ser igual a
Deus. Sempre caímos quando nos achamos suficientes para controlar e determinar
nossa história.
O
exemplo de Jesus é: v. 7 – “esvaziou-se a si mesmo, aniquilou-se assumindo
forma de escravo”. É uma atualização da “kenosis”, do despojamento e da
privação. Sua forma de escravo contrasta com sua forma de Deus. Afinal, escravo
é quem serve, obedece e não tem poder algum.
Conseguinte o v. 8 nos relata: “Humilhou-se e foi obediente até a
morte”. Cristo chega ao extremo de sua condição de escravo, foi morto. Não
de uma morte qualquer. Morte de cruz, condenação máxima da legislação romana e
sinal de maldição divina na religião judaica. Mas, o que era vergonha, Deus
transformou em celebração da vida - 1 Co 1.18: “Palavra da cruz é loucura, mas
para nós poder de Deus”. Neste sentido, para o crucificado aqui começa o
segundo movimento do texto, ao qual darei prosseguimento semana que vem, que é
a caminho da glorificação. Esse caminho de Jesus é o caminho para os filipenses
e para nós. Não há caminho direto para Deus sem antes passa pela descida, pela
dor, pela privação, pelo despojamento e pela cruz.
Nenhum comentário:
Postar um comentário